Com o surto da febre amarela que está se alastrando, sobretudo nas cidades comprovadamente endêmicas, a Ilha está devidamente preparada para vacinar seus moradores, mesmo que o Rio ainda não registre dados relevantes da epidemia.
Na última reunião do Conselho Comunitário de Segurança da Ilha, o médico Maurício Monteiro, responsável pelo serviço de epidemiologia do Centro Municipal de Saúde Necker Pinto, fez um relato sobre a atual situação da doença do Rio e alertou sobre a importância da vacinação. A faixa etária da vacinação vai dos 9 meses aos 59 anos de idade, mas há contra indicações (veja no final da matéria).
Como o estoque de vacinas é dinâmico, vale a pena ligar e confirmar a disponibilidade das doses, antes de comparecer ao posto pessoalmente.
- Centro Municipal de Saúde Necker Pinto
Estrada Rio Jequiá, 428, Zumbi.
Funcionamento: Segunda a sexta, das 8 às 17 horas; sábado, das 8 às 12 horas.
Telefone: 3367-5304
- Policlínica Newton Alves Cardoso
Rua Combu, 191, Cacuia.
Funcionamento: Segunda a sexta, das 8 às 17 horas.
Telefone: 3363-0521 / 3367-5211.
- Hospital Municipal Nossa Senhora do Loreto
Estrada do Caricó, 26, Galeão.
Funcionamento: Segunda a sexta, das 8 às 13 horas.
Telefone: 3393-0062.
- Clínica da Família Assis Valente
Av. das Canárias, s/n°, Galeão(Vila Juaniza).
Funcionamento: Segunda a sexta, das 8 às 19 horas; sábado, das 8 às 12 horas.
Telefone: 98498-3221 / 98498-3173
- Centro Municipal de Saúde Parque Royal
Rua Jornalista Alaíde Pires, 8, Portuguesa (Parque Royal).
Funcionamento: Segunda a sexta, das 8 às 17 horas.
Telefone: 3367-2626.
- Clínica da Família Maria Sebastiana de Oliveira
Avenida do Magistério, 100, Tauá (Praia da Rosa).
Funcionamento: Segunda a sexta, das 8 às 19 horas; sábado, das 8 às 12 horas.
Telefone: 2462-4720 / 2462-4257.
- Centro Municipal de Saúde Tereza de Calcutá
Estrada Ilha das Enxadas, 100, Bancários.
Funcionamento: Segunda a sexta, das 8 às 19 horas; sábado, das 8 às 12 horas.
Telefones: 3975-4962 /3367-5214
- Clínica da Família Assis Valente
Parque Manoel Bandeira, s/n°, Cocotá.
Funcionamento: Segunda a sexta, das 8 às 19 horas; sábado, das 8 às 12 horas.
Telefones: 3490-3383 /97240-1033
Saiba quem não pode tomar a vacina da febre amarela
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, a reação à vacina é extremamente rara, mas pode variar desde dor de cabeça, febre e mal estar até o desenvolvimento da doença viscerotrópica aguda, que pode levar à hepatite, insuficiência renal e causar hemorragias. Isso acontece porque a vacina é feita com o próprio vírus da febre amarela, só que de forma atenuada, ou seja, um vírus mais fraco do que aquele encontrado no ambiente.
Mesmo assim, de acordo com especialistas, a vacina é considerada segura porque a chance de uma pessoa desenvolver uma reação é muito pequena. No caso da doença viscerotrópica, por exemplo, é de 0,4 para cada 100 mil doses aplicadas.
O médico infectologista Moacir Jucá explica que “a vacinação contra a febre amarela é a medida mais importante para prevenção e controle da doença. É uma vacina segura e altamente eficaz. Não é recomendada para pessoas que vivem fora das áreas de risco ou que não irão viajar pera essas áreas”.
Deve-se respeitar as contraindicações e sempre procurar assistência médica nos casos de dúvidas
Por causa deste risco pequeno a vacina não é indicada para todas as pessoas. Veja quem não pode tomar:
Crianças
A sociedade Brasileira de Pediatria divulgou uma cartilha com os cuidados que os pais devem tomar na hora de vacinar os filhos. De acordo com o documento, o uso de doses fracionadas da vacina de febre amarela pode ser feito em crianças a partir de 2 anos, desde que não apresentem condições clínicas especiais.
O pediatra Eduardo Troster explica que crianças acima de 9 meses já podem tomar a dose cheia da vacina, de 0,5ml. “Se ela tomar a dose cheia, vale para a vida toda, não precisa fazer reforço.”
Se a criança ainda não foi vacinada, ela não pode tomar a vacina da febre amarela junto com a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) nem com a tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela). O intervalo mínimo deve ser de 30 dias entre as vacinas.
Crianças com menos de 9 meses não devem ser vacinadas contra a febre amarela.
Pacientes com doenças cardiovasculares
De acordo com o médico cardiologista Fábio Petri, quem tem algum tipo de doença cardiovascular precisa, antes de tomar a vacina, ter certeza de que o problema está controlado.
“Há algumas situações em que a vacina deve ser avaliada com cautela em pessoas cardiopatas. Pessoas com cardiopatias que não estejam totalmente controladas, é preferível primeiro controlar a doença para então fazer a vacina. Com a doença controlada pode realizar sem contraindicações”, explica.
Paciente com doenças renais
A Sociedade Brasileira de Nefrologia recomenda que a vacina contra febre amarela em pacientes portadores de doença renal crônica, incluindo pacientes em diálise, seja avaliada com cautela. Deve ser considerado o risco da área em que o paciente vive, ou para onde irá viajar, e a situação de imunodepressão em que se encontra.
Grávidas ou mulheres que estão amamentando
Mulheres grávidas só podem tomar a vacina depois de uma rigorosa avaliação médica. Isso porque o vírus que está na vacina pode atingir o feto.
De acordo com a médica ginecologista e obstetra Helena Cossich, o ideal é que grávidas não tomem a vacina, mesmo que morem em áreas de risco. Ela explica que “o ideal para essas pessoas, é usar roupas que protejam contra a picada de mosquitos e o uso do repelente. Especificamente para as grávidas, o ideal é o repelente Exposis ou qualquer outro de Icaridina”.
No caso das mulheres que estão amamentando, a médica explica que deve ser avaliado o risco-beneficio de acordo com o lugar onde mulher mora ou se ela terá de viajar. “Se for imprescindível a administração da vacina, o aleitamento deverá ser suspenso por 10 dias e o bebê deve receber aleitamento suplementar nesse período. É importante que a mulher continue ordenhando o leite para que a produção do mesmo não pare e ela volte a amamentar depois dos 10 dias pós-vacina”.
Mulheres que desejam engravidar devem tomar a vacina antes de começar a tentar ou antes de fazer o procedimento de inseminação artificial.
Transplantados e doadores de sangue ou órgãos
Pacientes que passaram por algum tipo de transplante não devem tomar a vacina por uma questão de segurança. A vacina é feita com microorganismos vivos e pessoas transplantadas costumam ter o sistema imunológico não tão fortalecido. Por isso, podem apresentar maior risco ao desenvolvimento de doenças e efeitos colaterais.
O ideal é que a vacina seja feita antes do transplante.
Quem é doador de sangue deve tomar a vacina antes de fazer a doação. Quem já tomou a vacina, deve esperar quatro semanas para voltar a doar sangue.
Pessoas com mais de 60 anos
Pessoas que estão acima dos 60 anos costumam ter imunidade mais baixa. Como explica a médica pós-graduada em geriatria Thaís Bertholini, “os idosos apresentam um declínio da sua função imunológica que chamamos de imunosenescência e, por isso, ficam mais expostos aos efeitos colaterais da vacina”.
A médica sugere que seja levado em consideração a relação risco x benefício da vacinação e que seja feita uma avaliação individualizada por profissional capacitado. Esse médico vai fazer uma avaliação clínica e da capacidade funcional do paciente: “Devemos levar em consideração a presença de comorbidades, que são doenças que o paciente já tem ou teve, principalmente diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica, asma, cânceres, reumatismo, artrite e HIV/AIDS – que por si só já alteram a função imunológica”.
Pessoas com sistema imunológico deprimido
Não há risco na vacinação de pessoas saudáveis e com o sistema imunológico normal. Mas em pessoas com o sistema imunológico deprimido, como a vacina tem o vírus vivo atenuado, pode ocorrer efeitos colaterais graves. De acordo com o médico infectologista Moacir Jucá, “a vacina é contraindicada em pacientes com imunossupressão grave de qualquer natureza: imunodeficiência devido ao câncer ou ao tratamento, a quimioterapia, pacientes com infecção pelo HIV com a imunidade baixa, pacientes em uso de drogas que diminuem a imunidade, pacientes transplantados, pacientes com lúpus, gestantes. Também é contraindicada em quem tem alergia a ovo.”
Pacientes que fazem tratamento com corticoide
Os corticóides, também conhecidos como cortisona, cortisol ou corticoesteroides, são um tipo de medicamento feitos a partir de um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais. Eles têm efeito anti-inflamatório e costumam ser usados no tratamento de problemas como asma, alergias, lúpus, reumatismo e artrite.
Esse tipo de tratamento pode alterar a função imunológica porque suprime a imunidade. Por isso estas pessoas podem ficar mais suscetíveis aos efeitos colaterais da vacina.
Pacientes com HIV
O paciente que tem o vírus HIV no organismo, mas tem a carga vital indetectável e a contagem de CD4 alta pode tomar a vacina, caso esteja sob risco de exposição. De acordo com a médica infectologista do Instituto da Criança, Heloísa Helena de Souza Marques, “se o paciente estiver com o CD4, que mede a imunidade celular, muito baixo, a recomendação é evitar lugares que sejam considerados de risco, que use repelente e roupas de manga comprida. Mas o mais importante é procurar um médico e fazer uma avaliação“.
Pessoas com alergia a ovo e gelatina bovina
Pessoas com alergia a ovo podem tomar a vacina contra a febre amarela se o histórico não for de reação grave. Nesse caso, o melhor é tomar a vacina junto com um médico e ficar em observação por 30 minutos.
Se existir um histórico de reação grave, o paciente deve fazer alguns testes cutâneos. Se o resultado for positivo, a indicação é se vacinar com a dose fracionada, na presença de um alergista.
Esses cuidados são necessários porque a vacina é cultivada em ovos embrionados de galinha. Quem explica é o médico alergista e imunologista Eduardo Longen: “Com isto a dose pode conter quantidades residuais de proteína ovoalbumina do ovo. Pacientes alérgicos a ovo podem apresentar reações desde leves urticárias na pele até anafilaxia, que é uma reação alérgica grave com risco à vida. O risco é pequeno com estudos mostrando 0,8 a 1,8 casos por 100.000 doses aplicadas, mas existe”.
No caso dos alérgicos a gelatina bovina, Longen explica que essas pessoas “podem sofrer reações com vacinas fabricadas no Brasil pela BioManguinhos. Para estes, aqui no país existe a opção de realizar a vacina do laboratório fabricante Sanofi Pasteur.
Fonte: https://noticias.r7.com/saude/